segunda-feira, julho 23, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - Disputa do Torneio de Classificação à Taça de Portugal na Horta (1967)


De pé, da esquerda para a direita: Durval Melo, António Marques,
João Ribeiro, Manuel Cristo, João Ângelo, Emanuel Rodrigues,
Manuel Raposo, João Luís e Costa Pereira.
Em primeiro plano, pela mesma ordem: Thiers Lemos (Director),
Armando Sousa, Mário Barbosa, Carlos Machado,
Abílio Baptista, Necas Madruga, José Macedo e Mário Cunha (treinador).

Embora nesta década o Fayal Sport Club tenha vencido, como clube inscrito na Associação de Futebol da Horta, 7 torneios de Classificação, só iremos fazer referência a mais este, completando assim, as três disputas realizadas pelas três capitais açorianas.
Neste torneio, realizado no Estádio da Alagoa, participou o Santa Clara que, no primeiro jogo perde com os “Verdes da Alagoa” por 1-0.
No segundo encontro, o Santa Clara vence o Angrense por 2-1 e no terceiro jogo o Angrense vence o Fayal Sport por 3-1.

O Fayal Sport alinhou com a maioria dos jogadores que se encontram na foto, tendo como base os seguintes jogadores: Costa Pereira, João Ribeiro, Manuel Cristo, João Luís, Emanuel Rodrigues, Manuel Raposo, Abílio Baptista, Armando Sousa, Carlos Machado, Mário Barbosa e Necas Madruga.
No segundo jogo entrou Manuel Maria (que não está na foto) para o lugar de Manuel Raposo.
Nos comentários efectuados no boletim N.º 11 de 6 de Maio de 1967 do Fayal Sport Club, destacamos o comentário feito por Jaime Baptista Peixoto referente ao comportamento dos seus jogadores. Assim:
“…O Fayal Sport teve em Costa Pereira um guardião seguro e decidido. A sua defesa portou-se magnificamente, com relevo para o capitão Cristo. A linha média cumpriu muito bem. No ataque houve, talvez, um pouco de sofreguidão na conclusão das jogadas, o que explica a marcação de um só golo.
O golo foi marcado por Manuel Raposo, na primeira parte, que aproveitou um ressalto da defesa contrária, para atirar forte e por alto, batendo, sem apelação, o guarda-redes micaelense”.

No comentário efectuado sobre o jogo em que o Angrense vence o Fayal Sport por 3-1, extraímos o seguinte comentário da autoria de José Pacheco de Almeida e publicado no mesmo exemplar:
“Os primeiros 15 minutos foram do domínio dos forasteiros que no entanto não conseguiram fazer nenhum golo. Por volta dos 15 minutos o Fayal começou a criar perigo na área do Angrense e aos 19 minutos Necas Madruga, na transformação dum canto, introduziu a bola directamente nas redes confiadas à guarda de Ernesto.
A ganhar por 1-0 a equipa verde cresceu, instalou-se no meio campo adversário e poucos minutos volvidos, um cruzamento feito por alto para a área do Angrense é cortado por Edmundo com a mão já dentro da área: a bola seguiu, no entanto, até Abílio Baptista, que sem demora a atirou para a baliza batendo pela segunda vez Ernesto.
Estava escrito, porém, que não sendo golo, pois o árbitro, beneficiando o infractor, anulou-o para assinalar falta contra a equipa visitante, fora da área. Este erro do árbitro, tirando à nossa equipa um golo que seria decisivo, veio a ter influência no resultado final...”.

“…Entregando o domínio do meio campo ao adversário, o Fayal Sport foi submetido a ataques constantes e aos 8 minutos, um falhanço de Emanuel Rodrigues, colocou a bola ao alcance de Cardona que não perdoou. Cerca dos vinte minutos e na consequência dum livre, assinalado ao contrário, contra a nossa equipa, Cardona aproveitou um ressalto da defensiva verde para fuzilar Costa Pereira. Sobre a hora para terminar o desafio, Laureano, segundo nos pareceu fora de jogo, recebeu um passe de Aníbal, e atirou sesgado ao lado esquerdo de Costa Pereira, que nada pôde fazer para impedir o golo. Estava feito o resultado de 3-1 favorável ao Angrense, de facto a equipa mais arrumada, mais esclarecida, que actuou com uma determinação notável…”.

Este foi mais um torneio em que se pode afirmar que o factor sorte também não fez parte do jogo e, assim, o Fayal Sport viu fugir “entre os dedos dos pés” mais um título açoriano.
Embora tudo o que se escreva ou diga sobre o desenrolar de qualquer jogo de futebol o certo é que a sorte também faz parte desta modalidade e os defensores da camisola verde, muito sofreram com o desfecho dos resultados obtidos contra as equipas adversárias.
Na época de 1967/68, novamente o FSC representa a Associação de Futebol da Horta, deslocando-se a Ponta Delgada, obtendo os seguintes resultados:

FSC, 0 – Micaelense F. Clube, 2; FSC, 0 – Sport C. Lusitânia, 3; Sport C. Lusitânia, 6 – Micaelense F. Clube, 0. Vencedor – Sport C. Lusitânia.
Na época de 1968/69, em Angra do Heroísmo, o FSC, obteve os seguintes resultados: FSC, 1 – Sport C. Lusitânia, 3; FSC, 0 – Operário da Alagoa, 4; Lusitânia, 6 – Operário da Alagoa, 0. Vencedor – Lusitânia.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 16 de Julho 2018

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