quinta-feira, julho 26, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - Boletim do Fayal Sport Club



Nesta série de artigos não podíamos deixar de escrever algumas palavras sobre a existência do órgão informativo do Fayal Sport Club que foi fundado por dois grandes sócios e adeptos do decano dos clubes açorianos: os Srs. Prof. Jaime Baptista Peixoto e José Pacheco de Almeida, juntando-se mais tarde Manuel Tibério Goulart Lino, como Administrador.
Este boletim nasceu no dia 2 de Julho de 1966, vindo a suspender a sua publicação na edição N.º 94, em 4 de Maio de 1974, por impossibilidade de impressão por parte da Empresa “Correio da Horta”, recomeçando em 1 de Fevereiro de 1975 e a sua última publicação, N.º 103, foi realizada no dia 4 de Outubro de 1975 e tinha como Director e Editor o Prof. Jaime Baptista Peixoto, como Redactor Principal José Manuel S. Macedo e como Administrador João Goulart.
Foi um boletim que era publicado todos os meses e continha, por vezes 6 ou 8 páginas. Nelas, era comentado o que se relacionava não só com o futebol em todas as suas categorias, como também com o basquetebol feminino, com o ciclismo e outras actividades desportivas, culturais e sociais.
Nos comentários efectuados a todos os jogos de futebol da primeira categoria, este boletim contava também com uma série de colaboradores – sócios e adeptos – que periodicamente iam escrevendo sobre os mais variados temas relacionados com o futebol e não só.
Nas suas colunas, para além dos artigos de opinião e comentários sobre o desempenho das equipas, era dada uma pontuação a cada jogador da categoria sénior, a cujo vencedor, no final da época era-lhe atribuído um troféu que tinha gravado o nome de um antigo e histórico jogador.
No início do ano de 1970, nas mesmas colunas foi criada a secção “Os Nossos Atletas” onde foi descrita a biografia de alguns jogadores de futebol que envergaram a camisola do Clube da Alagoa. É muito provável que eles venham a ser recordados nas colunas deste jornal.
A título de curiosidade, divulgamos o preço da assinatura deste boletim: Continente e Ilhas adjacentes, por mês custava 2$00 e por ano 24$00. No estrangeiro, por mês a quota custava 5$00 e por ano 60$00.
A feitura deste boletim era executada nas oficinas gráficas do vespertino “Correio da Horta”, no tempo em que os jornais eram feitos com caracteres de chumbo e letra a letra. O trabalho era imenso, não só para quem o escrevia mas também para quem trabalhava na sua composição, paginação e impressão.
Logo de início foi apresentada uma proposta ao “Telégrafo” que respondeu da impossibilidade da sua feitura e as poucas esperanças dadas pelo “Correio da Horta”, obrigou a que os seus responsáveis se virassem para Angra do Heroísmo. Após conversações realizadas verificaram que o atraso que originaria e o aumento das despesas tornava-se incompatível com as suas possibilidades.
Foi então que a Direcção do Fayal Sport insistiu junto da Direcção do “Correio da Horta” que, animada da melhor vontade, removeu todas as dificuldades e garantiu a tão desejada impressão.
Mas para que se transmita para a presente geração o desejo de criar um órgão que registasse todos os momentos da vida do decano dos clubes açorianos, nada melhor do que se transcrever o “artigo de fundo” publicado na primeira edição de 1966, com o título “O NOSSO JORNAL”:
“A criação dum jornal do Clube é sonho desde há muito acalentado. A germinação da ideia floriu e ei-lo aqui!
Esse velho sonho nasceu por volta de 1947. Podemos mesmo assinalar essa data como o marco inicial da sua história. Foi o ano em que se publicou o primeiro Boletim do Fayal Sport Club. Tinha-se então em mente a publicação anual de Boletins periódicos. Tal resolução, por diversas razões, não pôde vingar. E assim só foi possível imprimir mais três Boletins nos anos de 1955, 1958 e 1959, este último assinalando magnificamente as Bodas de Ouro.
A ideia embora latente, não estava esquecida. E a prova aqui está bem visível. Temos o Nosso Jornal.
Assim passarão a ser regularmente conhecidos por todos os sócios e simpatizantes os esforços desenvolvidos no seio do Clube para o engrandecer cada vez mais. O jornal será como que um porta-voz, um arauto que levará a todas as partes, de longe e de perto, o abraço amigo e fraterno dos que pugnam pela unidade, harmonia e grandeza desta excepcional Família Verde.
Os que aqui trabalham (e são, felizmente, bastantes); os que lutam não olhando a sacrifícios; os que sentem a chama clubista; os que vibram com os êxitos e carregam corajosamente com os desaires; os que de qualquer modo, com pouco ou com muito, contribuem para a valorização do Jornal esperam manter o rumo traçado e com mais ou menos sorte levar sempre o barco ao porto.
O que se pede? Também bastante! Pede-se colaboração, carinho. Divulgação do jornal. Assinaturas e pede-se principalmente compreensão. O Jornal é de todos nós. Há esta massa anónima que trabalha nos bastidores e que só tem um desejo: ser útil.
Oxalá que todos possamos, os que meteram mãos à obra e os que a incentivaram e acarinharam, cumprir sempre com determinação as directrizes traçadas e contribuir, dentro do humanamente possível, para a valorização do que é agora o NOSSO JORNAL”.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 23 de Julho 2018

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