terça-feira, julho 31, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - O Jornal do Fayal Sport: O princípio e o fim


De pé, da esquerda para a direita: Costa Pereira, Leonel, João Luís, João Ribeiro,
Manuel Raposo, Jorge Barbosa, João Quadros, Manuel Cristo e Antero Gonçalves (Treinador).
Em 1.º plano: Mário “Vidinha”, João Ângelo. Fernando Faria, Mário Barbosa. José Macedo,
Manuel Lino (Administrador do Jornal FSC), e Manuel Bulcão.

Com a devida vénia e muita admiração, vamos transcrever o que o seu Director, Prof. Jaime Baptista Peixoto, melhor do que nós pudéssemos rabiscar sobre a sua fundação, escreveu para o livro “Os Verdes da Alagoa”:

Sim, é verdade. O Fayal Sport Club também teve o seu jornal periódico! Foi um mensário, que geralmente saía aos fins de cada mês.
Eu fui o Director desse jornal, que durou cerca de 10 anos consecutivos. O primeiro número saiu a 2 de Julho de 1966 e o último a 2 de Fevereiro de 1975, e que foi a edição comemorativa do 66.º aniversário do Clube.

Foi um percurso longo, com altos e baixos, como são todas as coisas mundanas e falíveis, numa cidade pequena e de fracos recursos. Mas fez-se o jornal. Que foi durante cerca de uma década, a voz do Clube e o narrador de histórias.
Ninguém me vem ensinar o que é um jornal, grande ou pequeno, que tem sempre uma dimensão temporal e descritiva, pois a minha vida jornalística ultrapassou já meio século de actividade no “Telégrafo”, no “Correio da Horta” – principalmente no “Correio da Horta” – e também em vários outros jornais da língua portuguesa, no nosso País, e nos Estados Unidos da América, na Nova Inglaterra e Califórnia.
Não é fácil fazer um jornal, qualquer que seja a sua orientação, onde trabalham várias pessoas e tem diversas características.

Para que o Fayal Sport Club tivesse um jornal foram precisas muitas boas vontades. A maior de todas, a do Sr. José Bettencourt Brum, figura marcante do “Clube Verde”, e ele próprio jornalista local, com colaboração nos órgãos da imprensa faialense e com vários livros publicados. Foi ele que me convidou para ser director de um jornal, me incentivou e, por vezes, me invectivou quando eu lhe respondia sempre não, porque tinha muito que fazer, e ser professor gastava muito tempo, o curso era o mais fácil de fazer, sendo o resto muito mais custoso e desgastante. Um dia, aborrecido comigo, um aborrecimento cartesiano, pois não era pessoa para além disso, disse-me: “pois fica sabendo que se o Fayal Sport não tem um jornal é por tua causa”. Fiquei com aquilo cá dentro, e no outro dia fui ter com ele e afirmei-lhe: ”se quer um director para o jornal, aqui está um”. Ficou muito contente. E foi assim que nasceu o jornal do Fayal Sport Club.

Fez-se uma reunião na sede do Clube para se tratar disto. Apareceu muita gente. E todos juraram que iriam escrever muito, que iriam participar, e muitas coisas mais. Mas a mim já me tinham caído as peles dos olhos e sabia muito bem para onde ia. Ao fim de uns meses já não havia colaboradores. O jornal estava definido. Eu era o Director, o José Pacheco de Almeida o Redactor Principal, mas quem ficou, incondicionalmente, comigo, foi o meu amigo Ednard Ogima, pseudónimo de Manuel Lino. E ficou até ao fim.

É que um dia, a Empresa que imprimia o jornal, actualizou o preço da tiragem. E foi um preço incomportável para o Clube. E o remédio foi acabar com o jornal. E eu fiquei livre desse compromisso. E entretanto fui convidado pelo Dr. Fernando Faria Ribeiro, para assumir uma nova tarefa no jornal diário “Correio da Horta”. E aceitei. Seria para mim, como comprovei, uma experiência diferente. Como, de facto, o foi. Porque fazer um jornal diário já era uma tarefa mais complicada. E que não me deixava mais tempo. Mas, entretanto, a empresa reconsiderou mais tarde, e resolveu dar uma nova oportunidade ao Fayal Sport Club. Mas foi tarde de mais. Não pude voltar. E foi dada uma oportunidade a um moço mais novo, que não estava preparado para isso. E o jornal foi definhando até que, por falta de qualidade, foi encerrado.
Esta é a história do jornal do Fayal Sport Club, que mesmo assim, ainda durou cerca de 10 anos”.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 30 de Julho 2018

quinta-feira, julho 26, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - Boletim do Fayal Sport Club



Nesta série de artigos não podíamos deixar de escrever algumas palavras sobre a existência do órgão informativo do Fayal Sport Club que foi fundado por dois grandes sócios e adeptos do decano dos clubes açorianos: os Srs. Prof. Jaime Baptista Peixoto e José Pacheco de Almeida, juntando-se mais tarde Manuel Tibério Goulart Lino, como Administrador.
Este boletim nasceu no dia 2 de Julho de 1966, vindo a suspender a sua publicação na edição N.º 94, em 4 de Maio de 1974, por impossibilidade de impressão por parte da Empresa “Correio da Horta”, recomeçando em 1 de Fevereiro de 1975 e a sua última publicação, N.º 103, foi realizada no dia 4 de Outubro de 1975 e tinha como Director e Editor o Prof. Jaime Baptista Peixoto, como Redactor Principal José Manuel S. Macedo e como Administrador João Goulart.
Foi um boletim que era publicado todos os meses e continha, por vezes 6 ou 8 páginas. Nelas, era comentado o que se relacionava não só com o futebol em todas as suas categorias, como também com o basquetebol feminino, com o ciclismo e outras actividades desportivas, culturais e sociais.
Nos comentários efectuados a todos os jogos de futebol da primeira categoria, este boletim contava também com uma série de colaboradores – sócios e adeptos – que periodicamente iam escrevendo sobre os mais variados temas relacionados com o futebol e não só.
Nas suas colunas, para além dos artigos de opinião e comentários sobre o desempenho das equipas, era dada uma pontuação a cada jogador da categoria sénior, a cujo vencedor, no final da época era-lhe atribuído um troféu que tinha gravado o nome de um antigo e histórico jogador.
No início do ano de 1970, nas mesmas colunas foi criada a secção “Os Nossos Atletas” onde foi descrita a biografia de alguns jogadores de futebol que envergaram a camisola do Clube da Alagoa. É muito provável que eles venham a ser recordados nas colunas deste jornal.
A título de curiosidade, divulgamos o preço da assinatura deste boletim: Continente e Ilhas adjacentes, por mês custava 2$00 e por ano 24$00. No estrangeiro, por mês a quota custava 5$00 e por ano 60$00.
A feitura deste boletim era executada nas oficinas gráficas do vespertino “Correio da Horta”, no tempo em que os jornais eram feitos com caracteres de chumbo e letra a letra. O trabalho era imenso, não só para quem o escrevia mas também para quem trabalhava na sua composição, paginação e impressão.
Logo de início foi apresentada uma proposta ao “Telégrafo” que respondeu da impossibilidade da sua feitura e as poucas esperanças dadas pelo “Correio da Horta”, obrigou a que os seus responsáveis se virassem para Angra do Heroísmo. Após conversações realizadas verificaram que o atraso que originaria e o aumento das despesas tornava-se incompatível com as suas possibilidades.
Foi então que a Direcção do Fayal Sport insistiu junto da Direcção do “Correio da Horta” que, animada da melhor vontade, removeu todas as dificuldades e garantiu a tão desejada impressão.
Mas para que se transmita para a presente geração o desejo de criar um órgão que registasse todos os momentos da vida do decano dos clubes açorianos, nada melhor do que se transcrever o “artigo de fundo” publicado na primeira edição de 1966, com o título “O NOSSO JORNAL”:
“A criação dum jornal do Clube é sonho desde há muito acalentado. A germinação da ideia floriu e ei-lo aqui!
Esse velho sonho nasceu por volta de 1947. Podemos mesmo assinalar essa data como o marco inicial da sua história. Foi o ano em que se publicou o primeiro Boletim do Fayal Sport Club. Tinha-se então em mente a publicação anual de Boletins periódicos. Tal resolução, por diversas razões, não pôde vingar. E assim só foi possível imprimir mais três Boletins nos anos de 1955, 1958 e 1959, este último assinalando magnificamente as Bodas de Ouro.
A ideia embora latente, não estava esquecida. E a prova aqui está bem visível. Temos o Nosso Jornal.
Assim passarão a ser regularmente conhecidos por todos os sócios e simpatizantes os esforços desenvolvidos no seio do Clube para o engrandecer cada vez mais. O jornal será como que um porta-voz, um arauto que levará a todas as partes, de longe e de perto, o abraço amigo e fraterno dos que pugnam pela unidade, harmonia e grandeza desta excepcional Família Verde.
Os que aqui trabalham (e são, felizmente, bastantes); os que lutam não olhando a sacrifícios; os que sentem a chama clubista; os que vibram com os êxitos e carregam corajosamente com os desaires; os que de qualquer modo, com pouco ou com muito, contribuem para a valorização do Jornal esperam manter o rumo traçado e com mais ou menos sorte levar sempre o barco ao porto.
O que se pede? Também bastante! Pede-se colaboração, carinho. Divulgação do jornal. Assinaturas e pede-se principalmente compreensão. O Jornal é de todos nós. Há esta massa anónima que trabalha nos bastidores e que só tem um desejo: ser útil.
Oxalá que todos possamos, os que meteram mãos à obra e os que a incentivaram e acarinharam, cumprir sempre com determinação as directrizes traçadas e contribuir, dentro do humanamente possível, para a valorização do que é agora o NOSSO JORNAL”.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 23 de Julho 2018

segunda-feira, julho 23, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - Disputa do Torneio de Classificação à Taça de Portugal na Horta (1967)


De pé, da esquerda para a direita: Durval Melo, António Marques,
João Ribeiro, Manuel Cristo, João Ângelo, Emanuel Rodrigues,
Manuel Raposo, João Luís e Costa Pereira.
Em primeiro plano, pela mesma ordem: Thiers Lemos (Director),
Armando Sousa, Mário Barbosa, Carlos Machado,
Abílio Baptista, Necas Madruga, José Macedo e Mário Cunha (treinador).

Embora nesta década o Fayal Sport Club tenha vencido, como clube inscrito na Associação de Futebol da Horta, 7 torneios de Classificação, só iremos fazer referência a mais este, completando assim, as três disputas realizadas pelas três capitais açorianas.
Neste torneio, realizado no Estádio da Alagoa, participou o Santa Clara que, no primeiro jogo perde com os “Verdes da Alagoa” por 1-0.
No segundo encontro, o Santa Clara vence o Angrense por 2-1 e no terceiro jogo o Angrense vence o Fayal Sport por 3-1.

O Fayal Sport alinhou com a maioria dos jogadores que se encontram na foto, tendo como base os seguintes jogadores: Costa Pereira, João Ribeiro, Manuel Cristo, João Luís, Emanuel Rodrigues, Manuel Raposo, Abílio Baptista, Armando Sousa, Carlos Machado, Mário Barbosa e Necas Madruga.
No segundo jogo entrou Manuel Maria (que não está na foto) para o lugar de Manuel Raposo.
Nos comentários efectuados no boletim N.º 11 de 6 de Maio de 1967 do Fayal Sport Club, destacamos o comentário feito por Jaime Baptista Peixoto referente ao comportamento dos seus jogadores. Assim:
“…O Fayal Sport teve em Costa Pereira um guardião seguro e decidido. A sua defesa portou-se magnificamente, com relevo para o capitão Cristo. A linha média cumpriu muito bem. No ataque houve, talvez, um pouco de sofreguidão na conclusão das jogadas, o que explica a marcação de um só golo.
O golo foi marcado por Manuel Raposo, na primeira parte, que aproveitou um ressalto da defesa contrária, para atirar forte e por alto, batendo, sem apelação, o guarda-redes micaelense”.

No comentário efectuado sobre o jogo em que o Angrense vence o Fayal Sport por 3-1, extraímos o seguinte comentário da autoria de José Pacheco de Almeida e publicado no mesmo exemplar:
“Os primeiros 15 minutos foram do domínio dos forasteiros que no entanto não conseguiram fazer nenhum golo. Por volta dos 15 minutos o Fayal começou a criar perigo na área do Angrense e aos 19 minutos Necas Madruga, na transformação dum canto, introduziu a bola directamente nas redes confiadas à guarda de Ernesto.
A ganhar por 1-0 a equipa verde cresceu, instalou-se no meio campo adversário e poucos minutos volvidos, um cruzamento feito por alto para a área do Angrense é cortado por Edmundo com a mão já dentro da área: a bola seguiu, no entanto, até Abílio Baptista, que sem demora a atirou para a baliza batendo pela segunda vez Ernesto.
Estava escrito, porém, que não sendo golo, pois o árbitro, beneficiando o infractor, anulou-o para assinalar falta contra a equipa visitante, fora da área. Este erro do árbitro, tirando à nossa equipa um golo que seria decisivo, veio a ter influência no resultado final...”.

“…Entregando o domínio do meio campo ao adversário, o Fayal Sport foi submetido a ataques constantes e aos 8 minutos, um falhanço de Emanuel Rodrigues, colocou a bola ao alcance de Cardona que não perdoou. Cerca dos vinte minutos e na consequência dum livre, assinalado ao contrário, contra a nossa equipa, Cardona aproveitou um ressalto da defensiva verde para fuzilar Costa Pereira. Sobre a hora para terminar o desafio, Laureano, segundo nos pareceu fora de jogo, recebeu um passe de Aníbal, e atirou sesgado ao lado esquerdo de Costa Pereira, que nada pôde fazer para impedir o golo. Estava feito o resultado de 3-1 favorável ao Angrense, de facto a equipa mais arrumada, mais esclarecida, que actuou com uma determinação notável…”.

Este foi mais um torneio em que se pode afirmar que o factor sorte também não fez parte do jogo e, assim, o Fayal Sport viu fugir “entre os dedos dos pés” mais um título açoriano.
Embora tudo o que se escreva ou diga sobre o desenrolar de qualquer jogo de futebol o certo é que a sorte também faz parte desta modalidade e os defensores da camisola verde, muito sofreram com o desfecho dos resultados obtidos contra as equipas adversárias.
Na época de 1967/68, novamente o FSC representa a Associação de Futebol da Horta, deslocando-se a Ponta Delgada, obtendo os seguintes resultados:

FSC, 0 – Micaelense F. Clube, 2; FSC, 0 – Sport C. Lusitânia, 3; Sport C. Lusitânia, 6 – Micaelense F. Clube, 0. Vencedor – Sport C. Lusitânia.
Na época de 1968/69, em Angra do Heroísmo, o FSC, obteve os seguintes resultados: FSC, 1 – Sport C. Lusitânia, 3; FSC, 0 – Operário da Alagoa, 4; Lusitânia, 6 – Operário da Alagoa, 0. Vencedor – Lusitânia.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 16 de Julho 2018

domingo, julho 15, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - A selecção faialense em New Bedford (1965)



Em pé da esquerda para a direita: Jaime Serpa (Director da AFH), Mário Garcia (SCH),
Gaspar Neves, (FSC), Manuel Raposo (FSC), Hildeberto Serpa (AAC), João Luís (FSC),
Rui Goulart (AAC), Mário Serpa (AAC), Manuel Cristo (FSC), Carlos “Cantoa” (SCH) e o massagista do FSC, Sr. José Dutra.
Em 1.º plano, pela mesma forma: Fernando Faria (FSC), Necas Madruga (FSC), Abel Lima (SCH), Armando Sousa (FSC), Helder “Cachopo” (AAC), João Ângelo (FSC)
 Mário Macedo (FSC) e João Castro (SCH).
Ausente da foto o Sr. Renato Azevedo (Director da AFH)

Em 1957 a ilha do Faial era atingida por um espectacular fenómeno da natureza: na zona dos Capelinhos as primeiras fumarolas de um vulcão davam mostras de que algo iria acontecer. E assim foi. Com os passar dos meses esse fenómeno da natureza tomou enormes proporções, obrigando a que muitas famílias faialenses – através de acordos luso-americanos – emigrassem nos anos seguintes para terras do Tio Sam, principalmente para a cidade de New Bedford, Estado de Massachussets.
Afastados da sua ilha natal, muitos faialenses para possuírem um meio que os fizesse recordar que estavam na sua ilha fundaram o “Clube União Faialense” cujos principais membros directivos eram naturais desta ilha.
Para além de outras actividades recreativas, esses faialenses, como não podia deixar de ser, constituíram anos mais tarde, uma equipa de futebol, na qual se encontravam integrados jogadores das três equipas faialenses: FSC, AAC e SCH.

Saindo da Horta no dia 21 de Julho de 1965, mas a convite do Portuguese Sport Club, com sede em New Bedford, a selecção faialense deslocou-se ao Estado de Massachussets para realizar alguns jogos que envolviam vários clubes, com sedes em várias cidades e que possuíam nas suas fileiras jogadores das três colectividades desportivas faialenses. Integrado numa equipa composta por dezassete jogadores, dois dirigentes e um massagista, a selecção faialense partiu do porto da Horta embarcando no “Terra Alta” desembarcando em Angra do Heroísmo.
No Aeroporto das Lajes entraram num avião cuja lotação de passageiros era muito limitada e cujo destino foi o designado “Aeroporto aero-vacas” de piso térreo, situado nas imediações da Ribeira Grande, em S. Miguel.
Nesta ilha, embarcaram novamente numa aeronave da SATA, também de pequenas dimensões, as quais somente tinha espaço para transportar a caravana faialense. Em Santa Maria toda a equipa e restantes passageiros entraram num avião da TWA, com destino à América.

No Aeroporto de Boston, encontrava-se uma enorme multidão e à chegada a New Bedford, esse número excedeu todas as expectativas. Para qualquer lado que se virasse a cabeça, deparava-se logo com um faialense radicado naquela e noutras cidades.
Não há palavras que possam registar na realidade, a alegria, a saudade e o carinho prestado a toda a caravana faialense por parte dos emigrantes que na América procuraram uma vida melhor, após a erupção do Vulcão dos Capelinhos. Foram manifestações de muito afecto, aquelas que foram prestadas pelos emigrantes radicados nas várias cidades daquele Estado destacando-se, em cada abraço, a saudade que sentiam por todas as recordações que a selecção representava.
Todos os elementos da caravana faialense ficaram alojados em casas de família ou de pessoas amigas. Foi nestas residências que os jogadores da selecção tomaram conhecimento, pela primeira vez, da existência da “caixa” que revolucionou o mundo: a TV, não a cores, mas a preto e branco.
É de recordar também a longa deslocação de autocarro que foi oferecido à selecção com destino à cidade de Nova York onde foi visitada a Feira Mundial

Em New Bedford a “Festa dos Madeirenses”, foi outro evento que não podia deixar de ser visto. As “espetadas” eram o “prato forte” da ementa.
Nessa festa passou-se um caso curioso com o Necas Madruga quando foi-lhe negada, numa “barraquinha” uma cerveja porque a sua estatura física sugeria não possuir mais de dezoito anos de idade.
No dia 25 de Julho de 1965, domingo, a selecção faialense inicia o périplo por terras da América. Para além do Portuguese Sport Club, com quem a selecção faialense defrontou por duas vezes, teve ainda como adversárias as selecções de New Bedford, da Nova Inglaterra, a Selecção Faialense dos USA, de Rhod Island e ainda equipas de Fall River, East Providence, o Casa Pia, perante o qual a selecção perdeu por 1-0, o Tauton Sports, o Lowel Sports, e por último o “Espanhol”, equipa profissional, conhecida entre a comunidade faialense pelos famosos “Pretos de Nova Iorque”, perante os quais saíram vencedores por 3-1. Já lá vão 53 anos!

 De 25 de Julho até 22 de Agosto a selecção faialense nos 10 jogos realizados, obteve 7 vitórias, 2 empates e uma derrota. Foram marcados 37 golos e foram só consentidos apenas 9.
Esta selecção faialense, que em “Terras do Tio Sam” deixou uma imagem inesquecível de simpatia e amizade junto daqueles que por necessidade ou por opção, decidiram procurar nas terras norte-americanas uma vida melhor, foi treinada pelo Prof. Gaspar Neves.
No regresso da América, toda a caravana foi recebida, na Cais de Santa Cruz, por várias centenas de faialenses, seguindo-se um cortejo até ao edifício do Governo Civil, onde a selecção foi recebida pelo Governador do Distrito Autónomo da Horta, Dr. António de Freitas Pimentel.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 09 de Julho 2018

sábado, julho 14, 2018

Luís Carlos Rosa renova pelo Fayal Sport


O Fayal Sport está a preparar a próxima época, tendo em vista a mais uma participação nas provas da AF Horta.
No comando técnico continuará Luís Carlos Rosa, que assim vai para a sua segunda temporada consecutiva como treinador do Fayal Sport.

Quanto a entradas e saídas de jogadores, de momento não são conhecidas novidades.

sexta-feira, julho 13, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - Disputa do Torneio Açoriano à Taça de Portugal em Ponta Delgada (1965)


De pé, da esquerda para a direita: José Almeida, Helder Quaresma, Alfredo Simão, Manuel Raposo, Manuel Cristo, João Ângelo e João Luís.
Em 1.º plano e pela mesma ordem: Armando Sousa, Gaspar Neves, Mário Macedo, Fernando Faria e Necas Madruga.

Para a participação nos Torneios Açorianos, com a presença dos Clubes vencedores e que representavam as três Associações Açorianas, as equipas deslocavam-se a bordo de navios e a ausência da ilha era de mais ou menos de 15 dias.
Saía-se da Horta, numa quinta-feira – se não estamos em erro - com destino a Ponta Delgada. No domingo seguinte, realizava-se o primeiro jogo. Na quarta-feira, o segundo encontro e no segundo domingo a terceira e última partida. O regresso de S. Miguel era efectuado na segunda-feira à noite e o da Terceira na terça-feira antes do meio-dia. À Horta, chegava-se na quarta à tarde ou durante a noite.
Nesse período de tempo, quer na Terceira quer em S. Miguel, eram oferecidos alguns passeios à caravana verde. Era nessas deslocações que os jogadores iam tomando conhecimento das paisagens dessas ilhas e a longa costa sul de S. Jorge.

Nas participações do FSC nos Torneios Açorianos à Taça de Portugal, contra equipas bem estruturadas e organizadas (e foram várias nessa década de 60) os “Verdes da Alagoa” obtiveram sempre resultados bastante satisfatórios, com jogadores que “gastavam até aos joelhos”.
 Era com base neste lema e na total entrega dos seus futebolistas, que as exibições dos mesmos deixavam os adeptos das equipas adversárias admirados pela maneira como os amadores do FSC enfrentavam, com garra e determinação, equipas consideradas de outro gabarito e algumas delas, davam aos seus jogadores como incentivo, prémios monetários referentes a treinos e a jogos.
O percurso entre o alojamento e o campo de jogo era feito sempre a pé: na Terceira, a equipa dos verdes ficava alojada na pensão “Beira-Mar”, que tinha o seu edifício a poucos quilómetros do campo municipal de Angra do Heroísmo e em S. Miguel, na “Pensão Central, que ficava afastado a pouco mais de dois quilómetros do campo Jácome Correia.

Cada jogador transportava o seu equipamento em sacos de mão. Os jogadores do FSC deslocavam-se em grupo e eram facilmente identificados, porque iam equipados com um fato de treino verde – este durou vários anos porque era somente usado nas deslocações para fora da ilha – pelo que era muito vulgar as pessoas fazerem observações mais ou menos jocosas:
- “Esses são os jogadores que vão defrontar a nossa equipa? Pois vão levar muitos!”.
Os fatos de treino (de cor verde claro) foram executados, nos inícios da década de 1960, pela esposa do ex-guarda-redes e treinador Sr. António Torres Castro Neves, sendo, provavelmente, os primeiros fatos de treino a serem usados pela equipa de seniores dos “Verdes da Alagoa.
Nesse torneio, realizado no pelado campo Jácome Correia, em Ponta Delgada, para além do FSC, participaram também o Sport Clube Lusitânia e o Micaelense Futebol Clube.
Neste jogo há uma pequena história que deve ser aqui também recordada.

No jogo contra o Lusitânia, o seu habilidoso avançado-centro, conhecido por “Airosa”, tinha por hábito provocar o defesa central do FSC, Manuel Cristo, sempre com a intenção de que este, devido à sua maneira de jogar, fizesse uma entrada mais faltosa que desse origem à sua expulsão. Essa situação nunca sucedeu. O que o “Airosa” não estava à espera é que numa disputa de bola entre os dois e sobre uma das laterais do campo de jogo, existiu um pequeno encosto e o “Airosa” faz-se à falta e cai no chão. Nesta situação o Manuel Cristo, com um “gesto de amizade” pegou no “Airosa” e colocou-o fora das quatro linhas. Sobre esta atitude o árbitro do encontro nada fez. Marcou a falta, deu autorização para que o “Airosa” entrasse no campo e o jogo assim prosseguiu.

Os resultados foram os seguintes:
Micaelense, 2 – Lusitânia, 2
Fayal Sport, 1 – Lusitânia, 1
Fayal Sport Club, 1 – Micaelense, 4
Vencedor Clube União Micaelense.

Novamente, depois de mais de 10 dias em terras micaelenses e sempre alojados na “Pensão Central”, lá se regressava ao Faial onde todos se iriam preparar para o início de uma nova época e regressarem às suas residências e aos seus locais de trabalho de onde estiveram ausentes cerca de 15 dias.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 02 de Julho 2018

quinta-feira, julho 12, 2018

AF Horta


Datas previstas para o início das provas associativas:

Seniores - 16 de Setembro
Juniores - 15 de Setembro
Juvenis - 16 de Setembro
Iniciados - 15 de Setembro
Infantis - 22 de Setembro
Benjamins - 29 de Setembro
Traquinas - 29 de Setembro
Petizes - 29 de Setembro

quarta-feira, julho 11, 2018

terça-feira, julho 10, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - O início da "Década de Ouro": Disputa do Torneio Açoriano em Angra do Heroísmo (1963)


Em 1.º plano, da esquerda para a direita: Armando Sousa, Fernando Faria,
João Ângelo, Gaspar Neves (treinador/jogador) e José Silveira.
De pé, pela mesma ordem: José Almeida, Mário Barbosa,
Manuel Cristo, Emanuel Rodrigues,
 Manuel Raposo, João Luís e Mário Carmo.

Nos tempos em que só existiam três equipas de futebol, as provas a realizar e promovidas pela Associação de Futebol da Horta, resumiam-se a três torneios realizados em duas voltas: Torneio de Preparação, Campeonato Distrital e Torneio de Classificação à Taça de Portugal, sendo o vencedor deste último aquele que dava acesso ao Torneio Açoriano.
Na época de 1962/63 são incluídos novos jogadores representantes da geração que iria dar, na década de 1960 do século passado, ao Fayal Sport Club, a conquista de 7 campeonatos distritais, 6 participações no Torneio de Classificação à Taça de Portugal e 3 consecutivas participações nos Campeonatos Regionais (1968, 1969 e 1970).
Esse torneio realizado em Angra do Heroísmo foi, para alguns dos jogadores do FSC, o seu “baptismo de fogo” em provas oficiais açorianas.

Os resultados efectuados por esta jovem equipa foram muito satisfatórios, uma vez que no primeiro jogo realizado, o Lusitânia vence o União Micaelense por 4-2. No segundo jogo e dadas as expectativas para o embate contra o campeão terceirense, saíram da Horta, muitos sócios e adeptos do clube “verde” que se deslocaram na lancha “Espalamaca” à Terceira para apoiarem a sua e nossa equipa.
O resultado final foi favorável ao Lusitânia por 2-1 e no último jogo contra o União Micaelense o FSC saiu vencedor por 2-0.
No final do Torneio, divulgado por um órgão terceirense, Gaspar Neves, Manuel Cristo, Fernando Faria, João Luís e Emanuel Rodrigues, são mencionados a fazerem parte duma hipotética selecção açoriana.

Na nossa ilha, o jornal “Correio da Horta” publicava a sua selecção, da autoria do Sr. Artur Ramos, sendo estes os jogadores do FSC escolhidos:
“Guarda-redes: Neste posto, José Almeida, por ter sido o mais regular e seguro dos guardiões, torna-se indiscutível, aliando ainda o facto de ter sido o menos batido.
Defesa direito: Torna-se difícil a escolha de um elemento para este lugar. Mário Barbosa, no entanto, mais habilidoso, de melhor técnica e calmo, é o preferido.
Defesa esquerdo: Baganha… Emanuel Rodrigues, “Barrinhas”, com dois bons jogos, leva pequena vantagem a Capaz, um defesa rijo e leal.
Defesa central: Nesta posição João Carlos e Teixeira… Cristo foi um defesa rijo e batalhador. Que aliou um espírito de sacrifício justo de salientar. Mas, que, apesar de não ter jogado mal, ficou aquém dos seus companheiros do mesmo posto.
Médio esquerdo: A médio esquerdo, a nossa preferência vai para o jovem jogador do Fayal Sport, João Luís que, pela sua movimentação, bom sentido de entrega e colocação no terreno, é o elemento número um neste posto.
Interior direito: Neste lugar, Gaspar Neves não tem rival. A sua técnica apurada, a intuição dos seus passes e as suas fintas desconcertantes quer de costas quer de frente para os adversários, são de um jogador evoluído que já se encaminha para a maturidade…
Interior esquerdo: Fernando Faria e Airosa são candidatos sérios pelo equilíbrio de forças que se notam.
E como extremo esquerdo, José Silveira ocupava o segundo lugar”.
Neste torneio há um episódio passado com o guarda-redes José Almeida.

Sabia-se que o José Almeida tinha alguns amigos em Angra do Heroísmo, uma vez que já tinha envergado a camisola de uma equipa terceirense e possuía na Terceira algumas relações de amizade com alguns clubes dessa ilha. Os jogadores do FSC (à laia de brincadeira) mostraram receio de que ele fizesse um “frete” a favor do “Lusitânia” e vai daí, para ele não sair da “Pensão Lisboa”, amarraram-no à sua cama. O certo é que o José Almeida, só foi “libertado” pouco antes do jogo.
A este propósito e do que se conhece relacionado com a família Almeida, (mais conhecida pela alcunha “Batata”) nas décadas de 1950/1960/1970, foi aquela que mais jogadores deu ao clube da Alagoa. Nele, alinharam três guarda-redes: António Pacheco de Almeida, José Adelino Pacheco Almeida e Manuel de Lima Pacheco de Almeida. Jogadores: José Pacheco de Almeida (co-fundador em 1966 do jornal FSC, sendo seu Redactor Principal), Luís Pacheco de Almeida (vencedor do Torneio de Classificação à Taça de Portugal, realizado em Ponta Delgada em 1959), e João de Lima Pacheco de Almeida.

Nesta deslocação à Terceira, por elementos directivos do Lusitânia que trabalhavam na Base da Lajes, alguns dos jogadores da equipa verde, foram convidados a fazer uma visita a essa estrutura onde mostraram aos jogadores do Fayal Sport o “super mercado Piex” lá existente. Aqui, com o pouco dinheiro que cada um possuía, foram adquiridos, chocolates americanos “Lyon”, “Mars”, “Snickers” e outros para, no regresso, oferecer os mesmos aos nossos familiares.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 25 de Junho 2018

segunda-feira, julho 09, 2018

domingo, julho 08, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - Nas festas de Santo Cristo, S. Miguel (1961)


De pé, da esquerda para a direita: Vitor Azevedo, António Neves (Treinador) Manuel Raposo, Fernando Morisson. Manuel Cristo,
(elementos do “Trio Ouro Negro”),
Norberto Dutra, João Luís, Victor Pinheiro e Victor Macedo (Presidente da Direcção).
Em 1º plano, pela mesma ordem: José Silveira, Francisco José, Armando Sousa, Mário Barbosa, João Ângelo, Antero Gonçalves e Carlos Vasques.


Nesse ano, o FSC foi convidado, pela Associação de Futebol de Ponta Delgada, a participar num torneio de futebol, integrado no programa dedicado aos festejos do Senhor Santo Cristo, defrontando o Santa Clara, o União Micaelense e o Operário Sport Club.
A equipa saiu da Ilha do Faial a bordo do navio “Carvalho Araújo” (?) e foi instalada na “Pensão Central”, num sala de boas dimensões – que mais parecia uma camarata -  cujos colchões estavam espalhados no chão, junto às paredes. Era nesse quarto que os elementos do FSC se iriam acomodar, do mesmo modo que era na referida Pensão que os jogadores faziam as suas refeições.
Pela Associação de Futebol de Ponta Delgada, aos jogadores do Fayal Sport, foi-lhes oferecido um passeio à Lagoa das Furnas onde, pela primeira vez, apreciaram um cozido à portuguesa e onde alguns dos jogadores faialenses tiveram a oportunidade de ver de perto um dos maiores espectáculos oferecidos pela natureza.

Como nessas épocas, o tempo de permanência era grande, os elementos visitados e participativos nas competições desportivas açorianas, faziam o possível para que existisse um convívio entre todos os visitantes e residentes, permitindo aos primeiros uma estadia mais salutar e descontraída. E assim foi sempre em todas as competições que nessa década de 1960 a equipa dos “Verdes da Alagoa” participaram nas ilhas Terceira e S. Miguel.
Na mesma pensão, estava instalado o “Trio Ouro Negro”, do qual dois dos seus elementos faziam questão de conviver com os jogadores do FSC. Houve fotos que foram tiradas e que ficaram registadas para a história, principalmente aquela onde, após a vitória do Fayal Sport Club ao Santa Clara por 2-1, eles se encontram no centro da mesma e a que é tirada no interior da Pensão Central.
O Victor Azevedo, guarda-redes, durante o dia, “aproveitava” para fazer pesca desportiva e à tarde os jogadores conviviam com os dois elementos do “Trio Ouro Negro”, antes dos mesmos actuarem no "Solar da Graça".

Os dois elementos do “Trio Ouro Negro” em pleno convívio com a equipa do FSC, no interior da “Pensão Central”, em Ponta
Delgada, no ano de 1961

Desse torneio ficou gravado uma situação passada antes do jogo contra o Santa Clara que se realizaria num domingo.
Na véspera do jogo, foi determinado pelos responsáveis da equipa que todos os jogadores teriam que estar na Pensão antes da meia-noite. Quem chegasse depois dessa hora, não dormiria na Pensão e nem jogaria no dia seguinte. Essa decisão foi deliberada, partindo do princípio de que todos os jogadores iriam cumprir com o determinado.

Abrangido por esta decisão esteve o nosso amigo Victor Pinheiro. Passava da hora aprazada quando se houve alguém bater na porta. O jogador que tinha a chave em seu poder não se levantou para a abrir. Essa penalização não o impediu depois do jogo com o Santa Clara, de ser incluído na foto que é exposta no presente trabalho.
Na véspera, tinha seguido para a América do Norte, o excelente jogador Manuel Vasques, “campeão açoriano” em 1959 e com a falta do Victor Pinheiro, jogador de grande habilidade e também “campeão açoriano”, a equipa do FSC partia para o referido jogo bastante fragilizada.
No final da partida, quis o destino que o FSC ganhasse o jogo por 2-1. Os golos foram marcados por Armando Sousa e João Luís.

Na segunda-feira seguinte, como havia vários jogadores do FSC que praticavam também basquetebol, a equipa foi convidada a fazer um jogo contra o Clube União Desportiva. Após o jogo e nessa mesma noite, toda a equipa embarcou no navio “Lima” com destino a Angra do Heroísmo.
Na terça-feira, logo de manhã, o FSC fez um jogo particular contra o “Angrense” e nesse mesmo dia, à tarde, realizou outro jogo contra o Marítimo da Graciosa.
E assim se recorda a segunda viagem efectuada pelos primeiros jovens residentes na Conceição, que iniciavam a sua participação na primeira categoria dos “Verdes da Alagoa”: Norberto Dutra, João Luís, Armando Sousa, Mário Barbosa e Carlos Vasques.
Presentes nesta foto, Norberto Dutra, Armando Sousa e Mário Barbosa emigraram para os Estados Unidos. Victor Pinheiro e Carlos Vasques fixaram, meses mais tarde, residência em Ponta Delgada.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 18 de Junho 2018

sábado, julho 07, 2018

sexta-feira, julho 06, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - Deslocação à Ilha Graciosa (1960)


De pé, da esquerda para a direita: José Machado, Manuel Cristo, José Cordeiro, Manuel Vasques, João Luís, Manuel Raposo, Fernando Morisson e Norberto Dutra.
Em 2.º plano: João Rodrigues, Mário Barbosa, João Ângelo,
Victor Pinheiro e Antero Gonçalves.

No ano de 1960, os primeiros de uma série de jogadores que residiam na freguesia da Conceição, iniciaram o percurso de muitos outros que passariam a fazer parte da “época de ouro” do Fayal Sport Club.
Nesse ano deslocam-se à Ilha Graciosa, para participar no programa das Festas do Senhor Santo Cristo, que se realizaram no dia 15 de Agosto. E esses jovens integraram a caravana “verde” talvez pelo facto de alguns dos seus jogadores, que tinham ganho, na época anterior, o Torneio de Classificação à Taça de Portugal, em Ponta Delgada, terem emigrado para os Estados Unidos da América do Norte.

O convite teve a influência do Prof. Manuel Maria Duarte, na época a dar aulas numa escola primária daquela ilha e grande desportista do FSC. Um ano mais tarde, a Direcção do Clube da Alagoa retribuiu o convite ao Marítimo da Graciosa, oferecendo à caravana graciosense, na Quinta de S. Lourenço, um lauto almoço, no qual participaram jogadores, directores e sócios do FSC.
A viagem de barco para a Ilha Graciosa, foi efectuada num dos pequenos iates do Pico: “Terra Alta”, “Santo Amaro” ou “Espírito Santo”. Foi num destes que a equipa foi transportada àquela ilha, onde foi recebida por uma banda de música e muitos populares.

A cada jogador e dirigentes foi-lhes oferecida uma garrafa de vinho branco da Graciosa e proporcionados outros eventos ocupacionais, tais como bailes e passeios. Foi nessa deslocação à Ilha Graciosa que tiveram a oportunidade de visitar e observar o grandioso espectáculo da natureza que é a Furna do Enxofre.
Na foto impressa já não se encontram os vencedores do Torneio de Classificação à Taça de Portugal: Afonso Serpa, Manuel Gaspar e Ilídio Pacheco, que emigraram para os Estados Unidos logo após a conquista da referida prova no ano anterior. Todos eles tinham residência na freguesia da Conceição.
Na equipa que se deslocou à Ilha Graciosa, encontram-se incluídos os estreantes duma série de jovens nascidos ou residentes na freguesia Conceição: Mário Barbosa (17 anos), Norberto (18 anos) e João Luís (17 anos).

Nesta foto, José Cordeiro, Manuel Vasques, Norberto Dutra, João Rodrigues e Mário Barbosa, por influência do Vulcão dos Capelinhos, iriam emigrar meses (ou poucos anos depois) para os Estados Unidos e Victor Pinheiro iria para Ponta Delgada exercer as funções de professor primário.
Com estas ausências, que durante a década de 1960 foram sendo efectuadas por muitos jogadores, a equipa de seniores foi, em todas as épocas, sendo renovada pela maioria de jovens nascidos ou residentes na freguesia da Conceição, conforme se vai divulgando nas diversas fotos inseridas nas colunas deste jornal.

Durante os anos sessenta do século passado, fizeram parte da “equipa de ouro” do Fayal Sport Club, jogadores que contribuíram para a história do decano dos clubes açorianos e que nas colunas deste jornal já fizemos referência. Com a maioria desses jogadores percorremos nessa década, todas as ilhas do Grupo Central até à Ilha de S. Miguel.
Algumas destas viagens também eram efectuadas nos navios “Carvalho Araújo”, “Lima”, “Angra do Heroísmo” e “Funchal” -  o mais moderno de todos - quando os torneios se realizavam nessas ilhas ou ainda nos navios mais pequenos, tais como o “Ponta Delgada”, “Cedros” ou “Arnel”.
Para a Terceira, o transporte podia ser num destes navios como podia ser a bordo dos barcos do Pico: “Terra Alta”, “Santo Amaro” ou “Espírito Santo”.

Em muitas destas viagens e principalmente nos designados “Barcos do Pico”, os jogadores podiam dormir num pequeno beliche, geralmente ocupado por outros passageiros ou no porão sobre a carga, ou ainda no chão do portaló, facto que algumas vezes sucedeu.
E era nessas condições, que diríamos de pouca segurança e comodidade, que os jovens desse tempo percorriam os mares dos Açores, para defenderem as cores do seu clube.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 04 de Junho 2018

quinta-feira, julho 05, 2018

quarta-feira, julho 04, 2018

terça-feira, julho 03, 2018

VII AtlânticFut Cup



As equipas de Benjamins e Infantis do Fayal Sport Club estiveram no passado fim de semana na ilha de São Jorge, participando na 7ª Edição do AtlânticFut Cup, organizado por essa escola de futebol.

Em ambos os escalões o vencedor foi o União Micaelense. Registar, que a equipa de Benjamins do Fayal Sport alcançou as meias-finais neste torneio, sendo derrotado precisamente pelo vencedor da prova.

segunda-feira, julho 02, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - Os primeiros pontapés com a camisola dos "Verdes da Alagoa"


Em pé da esquerda para a direita: Jorge Terra (Director), Mário Barbosa, Cardoso, Amílcar Quaresma, Américo Antunes. João Luís, Mário Martins, Norberto Dutra,
e Manuel Vasques (Treinador).
Em segundo plano da esquerda para a direita: Fernando Faria, José Silveira
Mário Simas, Helder Porto, Andrade e Manuel Almeida.

Tem chegado ao nosso conhecimento de que esta série de escritos tem sido lida e apreciada por muitos amigos da nossa juventude, principalmente os faialenses residentes na diáspora, das mais diversas formas nos têm manifestado a saudade desses velhos tempos. Será por isso e em honra do decano dos clubes açorianos, dos seus desportistas e adeptos, esta série estender-se-á por mais algumas semanas.
Assim e continuando, diríamos que na época em que éramos muito jovens, as residências desse tempo não possuíam quartos de banho. No quintal de quase todas as residências existia uma retrete e nos quartos de dormir, um penico e os colchões eram feitos de peça de fazenda “recheada” com palha ou folha de maçaroca.
Nesses apetrechos, se executavam as nossas necessidades e para o banho higiénico, era usada uma pequena celha de madeira, onde eram lavados os pés, com sabão azul e o resto do corpo era esfregado aos poucos com uma toalha. Em plena época de Verão, era as águas límpidas da ribeira da Conceição e da “nossa” praia da Alagoa que nos servia de banho higiénico, ao mesmo tempo que calcorreávamos a areia atrás de uma bola. Fosse ela qual fosse: de pano, bexiga de porco ou de borracha.

O gosto de jogar à bola era tanto, que ninguém reclamava nem exigia fosse o que fosse. Se nas ruas da Conceição grande parte desses jovens jogava de pé descalço, muito satisfeitos ficávamos por calçar um par de botas. Nesse tempo, o futebol era considerado como uma “escola de virtudes”. Na realidade, para jovens que tinham sido criados nos arredores da “Rua Velha”, os treinadores que conhecemos não usavam palavrões, demonstrando a esses miúdos que depositavam neles muita confiança como futuros jogadores e muito respeito como pessoas. E foi com o contributo desses treinadores que os jovens do nosso tempo subiram, degrau a degrau a “escada da vida”.
As bolas de futebol (nos treinos e nos jogos, só existia uma) e as botas, eram executadas na “Sapataria Mascote”, cujo proprietário era Sr. Eduino Cândido o qual tinha sido jogador na década de 1930 do século passado, tendo pertencido ao “Onze Maravilha”.
As botas, em campos “relvados”, levavam pitons e nos pisos de terra batida – casos do Municipal de Angra do Heroísmo e Campo Jácome Correia, em Ponta Delgada - tinham que ir novamente à sapataria para substituir os pitons por travessas. Estas alterações só aconteciam quando o FSC se deslocava a estas duas ilhas para disputa de torneios açorianos.

Nas ruas da freguesia da Conceição, ao lado de muitos rapazes que também tinham grande gosto pela “redondinha”, jogava-se de manhã à noite, partidas de futebol, nas quais dois deles “puxavam cabeças” para formar cada um a sua equipa.
É claro que principiavam pelos melhores e para o fim ficavam sempre os menos habilidosos que iam completar o número suficiente para formar duas equipas.

Na maioria das vezes, cada partida mudava de campo a cinco e acabava em 10 golos. No “Alto” – onde se encontra implantado o edifício do Tribunal da Comarca da Horta - ou no lado de fora do Estádio do Fayal Sport Club, na Avenida Machado Serpa, Rua Conselheiro Miguel da Silveira (conhecida pela Rua do mar)  - a rapaziada dessa época tinha que arranjar uma bola – note-se que não havia muitas – fosse de que maneira fosse.
Na praia da Alagoa, a rapaziada participava em partidas de futebol e jogos de “cabeçada” e foi nesta prática que lhes serviu mais tarde, como jogadores, acompanhar devidamente o movimento da bola, saltando de cabeça no momento oportuno e, assim, levar a melhor sobre o seu adversário.
Se aparecesse uma bola feita de trapos, uma de bexiga de porco cheia de ar, outra de panos, ou mesmo uma pequena bola de ténis, tudo servia de pretexto para se dar uns pontapés e correr atrás de um qualquer objecto esférico.

Nessa época, cansados de tanto correr, bebia-se água em celhas, feitas em madeira, que se encontravam junto às linhas de roupa estendidas a secar no “Alto”.
Quando esta geração iniciou os seus pontapés numa bola de cabedal, no Estádio da Alagoa, depois de um treino ou de um jogo de futebol, existiam os duches mas… de água fria. E assim foi, durante alguns anos, até chegar o famoso esquentador, que apareceu no início da década de 1960.
Os jovens treinavam à tarde e o primeiro treinador da nossa geração foi o Sr. Artur Raposo Ferreira, antigo futebolista dos “Verdes da Alagoa”, de cuja foto não possuímos. A inscrição dos jogadores que iniciaram os seus primeiros pontapés na bola, nessa época, era efectuada nas instalações da antiga sede (ao pé do Lar de S. Francisco) pelo Director Sr. Álvaro Ennes da Costa de Bem Ramos.

Na foto (provavelmente tirada em 1957) encontra-se o José Silveira, natural da Freguesia dos Flamengos, o qual, nos dias de treino, se deslocava a pé da sua freguesia para os treinos. Não sabemos se depois o seu regresso era feito através de alguma viatura ou se regressava a pé. Citamos este facto como um exemplo de alguém que estava disposto a percorrer uns bons quilómetros para satisfazer o seu desejo de jogar ao futebol.
E todos nós, sempre “rodeados” por uma bola, tínhamos tempo para frequentar a escola, embora se saiba que alguns de nós, não a frequentámos principalmente devido à falta de condições financeiras de nossos pais.
Eram outros tempos.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 04 de Junho 2018

domingo, julho 01, 2018

Basquetebol



A equipa de Mini 12 do Fayal Sport, esteve na ilha de Santa Maria a participar no VII Torneio Nacional de Minibasquete, numa prova que acima de tudo é de enaltecer o convívio existente entre todas as formações, numa excelente propaganda para a modalidade.


RESULTADOS E CLASSIFICAÇÕES - MINI 12

GRUPO A

1ªjornada

Belenenses Feminino 58-28 Clube Ana
Fayal Sport 22-52 União Sportiva
Operário 55-22 Atlético

2ªjornada

Clube Ana 17-43 Fayal Sport
Atlético 29-41 Belenenses Feminino
União Sportiva 32-46 Operário

3ªjornada
Operário 31-16 Clube Ana
Fayal Sport 23-21 Belenenses Feminino
Atlético 20-34 União Sportiva

4ªjornada
Clube Ana 16-67 União Sportiva
Belenenses Feminino 36-45 Operário
Fayal Sport 32-33 Atlético

5ªjornada
Atlético 42-24 Clube Ana
União Sportiva 50-35 Belenenses Feminino
Operário 44-30 Fayal Sport

Classificação:
1º Operário 10 pontos
2º União Sportiva 9 pontos
3º Belenenses Feminino 7 pontos
4º Fayal Sport 7 pontos
5º Atlético 7 pontos
6º Clube Ana 5 pontos


GRUPO B

1ªjornada
Belenenses "B" 40-26 Belenenses "A"
Angra Basket 26-16 CD Escolar
Os Vitorinos  4-17 Lusitânia

2ªjornada
Belenenses "A" 28-8 Angra Basket
Lusitânia 7-79 Belenenses "B"
CD Escolar 44-15 Os Vitorinos

3ªjornada
Os Vitorinos 4-43 Belenenses "A"
Angra Basket 24-85 Belenenses "B"
Lusitânia 16-23 CD Escolar

4ªjornada
Belenenses "A" 51-27 CD Escolar
Belenenses "B" 85-4 Os Vitorinos
Angra Basket 29-12 Lusitânia

Classificação:
1º Belenenses ""B" 8 pontos
2º Belenenses "A" 7 pontos
3º Angra Basket 6 pontos
4º CD Escolar 5 pontos
5º Lusitânia 5 pontos
6º Os Vitorinos 4 pontos


SEGUNDA FASE

Apuramento 11º e 12º
Clube Ana 32-26 Os Vitorinos

Apuramento 9º e 10º
Atlético 24-14 Lusitânia

Apuramento 7º e 8º
Fayal Sport 39-24 CD Escolar

Apuramento 5º e 6º
Belenenses Feminino 21-31 Angra Basket

Apuramento 3º e 4º
União Sportiva 27-25 Belenenses "A"

Final
Operário 34-58 Belenenses "B"

Classificação Final:
1º Beleneneses "B"
2º Operário
3º União Sportiva
4º Belenenses "A"
5º Angra Basket
6º Belenenses Feminino
7º Fayal Sport
8º CD Escolar
9º Atlético
10º Lusitânia
11º Clube Ana
12º Os Vitorinos