sexta-feira, agosto 31, 2018

quinta-feira, agosto 30, 2018

quarta-feira, agosto 29, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - Disputa do Torneio dos Campeões Açorianos em Angra do Heroísmo (1970)

Em cima da esq./dir.: Carlos Machado, João Manuel, Ludgero, Manuel Cristo,
Luís Baptista, Helder Quaresma, João Luís, Manuel Silveira e Manuel Melo.
Em baixo da esq./dir.: Firmo Ventura, Tomás, Manuel Bulcão,
Armando Evangelista, José Macedo, José Silveira e Manuel Lima “Pirolito”.


Decorria o mês de Junho do ano de 1970, o Fayal Sport Club disputava em Angra do Heroísmo, pela terceira vez consecutiva, o torneio dos Campeões Açorianos, defrontando as equipas do Lusitânia e do Santa Clara.
Por uma questão de sorte os “Verdes da Alagoa” não se sagraram mais uma vez campeões açorianos devido a vários factores, sendo um deles destacado por “Ednarg Ogima” (“Grande Amigo”, Manuel Lino) que no N.º 48 de 6 de Junho de 1970, escreve o seguinte comentário sobre o jogo da final entre Santa Clara e Fayal Sport:
…”Ambas as equipas, (FSC/Santa Clara) cientes da grande responsabilidade que tinham sobre ombros, deram indícios de receio mútuo. Por isso não admirou que os primeiros minutos da pugna decorressem em fase de estudo e de certo nervosíssimo, dando ao jogo forte feição de equilíbrio, muito embora o Santa Clara fosse a primeira equipa a demonstrar maior adaptação ao terreno e ao jogo.
O Fayal Sport, adoptando um sistema de contra-ataque, procurava assentar o seu jogo numa sólida posição defensiva, sem no entanto se remeter à defesa, e explorar com rapidez, através de infiltrações e de lançamentos com muito a propósito para os espaços vazios, a defensiva encarnada, o que ia acontecendo quando José Silveira, dentro da pequena área e em posição frontal, concluiu de cabeça frouxa para as mãos de Durval Melo, um livre apontado por João Luís.

Por seu turno, a turma micaelense, usufruindo de uma maior pujança física e de uma mais calejada maturidade futebolística por parte de alguns dos seus elementos, porfiava a todo o transe bater a bem escalonada defensiva verde, que sob o comando do capitão Manuel Cristo a tudo dava conta do recado.
Ao finalizar estes 45 minutos iniciais deu-se o chamado caso do jogo: golo invalidado a José Silveira que surgiu isolado frente a Durval Melo, atirando a bola contra a sua figura para na recarga não perdoar. Invalidou o tento o fiscal de linha micaelense, Alírio Fontes, alegando fora de jogo a José Silveira.
Em nossa modesta opinião, opinião esta que não surge em cima do lance nem dita assim como ao relento, antes pelo contrário, que surge baseada em profunda análise, que temos feito, com nós próprios, ao referido lance, consideram os que o golo foi indevidamente invalidado e isto porque, concluímos (da nossa análise, honesta e sem facção clubista) que José Silveira estava isolado quando recebeu o esférico, mas não quando ele lhe foi passado, o que, como aliás é sabido, nas leis de futebol, embora parecendo que não, tem grande importância e… diferença.

O segundo tempo começou praticamente com o golo do Santa Clara, produto de remate felicíssimo de M. António, na transformação de um livre directo em posição frontal, e para o qual a defensiva verde não fez a necessária barreira. Aconteceu que o esférico na sua trajectória iludiu Manuel Cristo e, consequentemente Carlos Machado, que embora tardiamente, por só o ter visto quando o mesmo passou por Manuel Cristo, se lançou bem, chegando a tocá-lo.
Daí por diante o Santa Clara procurou trocar a bola, tentando assentar o seu jogo no facto psicológico obtido através do golo. Contudo, tal não o conseguiu, pois nunca viveu tranquilo, porque a reacção faialense foi sempre enérgica e teimosa.
Como apontamento geral registamos a deslocação apontada a Manuel Bulcão e uma vez mais duvidosa, uma perdida do mesmo Manuel Bulcão que ao fugir à defensiva contrária atirou fraco de modo a permitir a defesa de Durval Melo e a pretensa penalidade por parte de alguns espectadores (poucos na realidade) num lance em que a única preocupação e intenção dos atletas, verde e encarnado, foi a de jogar o esférico.

Na equipa verde todos são credores da mesma nota, atenção e respeito.
Desde Carlos Machado (como gostámos de o ver!) passando pelos restantes sectores da equipa, todos foram generosos e incansáveis e dignos representantes da camisola que defenderam.
Uma palavra de simpatia para o Santa Clara pela maneira briosa e correcta (com excepção em dois lances iniciais em que esteve em perigo a integridade física de Manuel Cristo) como encararam o encontro”.

No primeiro encontro, defrontando o Lusitânia, os “Verdes da Alagoa”, empataram a 1 bola. No encontro Lusitânia – Santa Clara, novamente um empate a 1 golo e no terceiro jogo (uma final onde pela 1.ª vez não se encontrava a equipa da casa) o Santa Clara vence a equipa verde por 1 bola a zero.
A equipa do Fayal Sport alinhou, em ambos os encontros com: Carlos Machado, Manuel Lima, Manuel Cristo, Ludgero, e Helder Quaresma; Firmo Ventura e João Luís, Manuel Silveira, José Silveira, Manuel Bulcão e José Macedo.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 27 de Agosto 2018

quarta-feira, agosto 22, 2018

Arranque dos trabalhos para a nova época



A equipa sénior do Fayal Sport iniciou os treinos com vista à próxima temporada.

Para esta época, a equipa técnica será novamente liderada por Luís Carlos Rosa, contando de momento com  os seguintes jogadores:

Guarda-redes:
- Danilo Lopes (júnior)
- Mike Garcia (sem clube)

Defesas:
- André Correia (sem clube)
- Belchior Neves
- Emanuel Lopes
- João Rodrigues (ex-Flamengos)
- Marco Anselmo
- Paulo Teixeira (sem clube)
- Sérgio Amorim
- Tiago Teixeira

Médios:
- Alexandre Macedo
- Décio Fialho
- Diogo Castro
- João Costa Pereira
- Sabino Borges

Avançados:
- Adriano Correia (sem clube)
- Gustavo Melo (ex-Flamengos)
- João Gonçalves
- Milton Mota (ex-Cedrense)
- Pedro Carvalho

Treinador: Luís Carlos Rosa
Treinador Adjunto: Bruno Pereira

terça-feira, agosto 21, 2018

Fayal Sport inicia nova temporada


A equipa sénior do Fayal Sport dará amanhã início aos trabalhos, com vista à participação nas provas da AF Horta.
Como vem sendo habitual, existem algumas alterações no que ao plantel diz respeito, com Luís Carlos Rosa a manter-se no comando técnico

terça-feira, agosto 14, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - Disputa do Torneio dos Campeões Açorianos na Horta (1968)


Em pé, da esquerda para a direita: Mário Carmo, Manuel Raposo,
Manuel Maria, João Manuel, Carlos Machado, João Ribeiro e Costa Pereira. 
Em 1.º plano e pela mesma ordem: Pedro Paulo, Mário Barbosa,
João Luís, José Macedo e João Almeida.


Esta foi mais uma competição que deixou marcas profundas em todos os jogadores do Fayal Sport Club.
Estava em disputa, pela primeira vez na “década de ouro” do Fayal Sport, o torneio oficial dos Campeões Açorianos, que teria lugar no Estádio da Alagoa, em Maio de 1968.
Como representante da Ilha Terceira, chegava à Horta, vinda da Praia da Vitória o Sport Praiense e de S. Miguel o União Micaelense.
Os dois primeiros encontros não podiam ser mais favoráveis aos “Verdes da Alagoa”: o primeiro encontro, que pôs frente a frente Fayal Sport/Praiense, a equipa de casa vence por 1 bola a 0.
Neste jogo, o Fayal Sport, alinhou com: Costa Pereira, Manuel Raposo, João Ribeiro, Carlos Machado, João Manuel, Manuel Maria, João Luís, Pedro Paulo (a prestar serviço militar na Horta, natural de S. Miguel e ex-jogador do União Micaelense, onde nessa equipa tinha um irmão), Mário Barbosa, José Macedo e João Almeida.

No segundo encontro entre Praiense, 4 – União Micaelense, 0, indicava este resultado que o Fayal Sport teria tudo a seu favor para ser o vencedor desta prova.
No seio de todos nós, o estado de espírito não podia ser melhor. Se uma das equipas favoritas a ganhar esta prova tinha perdido por 4-0 com aquela que tinha perdido com a equipa da casa por 1-0, tudo indiciava que seria “canja” o final desse encontro.
A constituição da equipa para esse 2.º jogo foi alterada. As razões dessa alteração residia no facto de que todos os jogadores para serem campeões açorianos teriam que jogar e assim, para o segundo jogo, o treinador Antero Gonçalves escolheu a seguinte equipa:
Costa Pereira, Manuel Raposo, João Ribeiro, Carlos Machado, João Manuel, Mário Barbosa, João Luís, João Ângelo, Pedro Paulo, Manuel Bulcão e João Almeida.
Como se deve reparar, o sublinhado realça as alterações efectuadas mas para além dessa, outra razão existia para que os “Verdes da Alagoa” obtivessem essa inesquecível derrota por 4-0.
Por toda a cidade, tanto os adeptos como o mais comum dos cidadãos transmitiam aos jogadores uma confiança de tal ordem que, para quem ia jogar, esse sentimento teve um enorme impacto em todos os jogadores. Hoje em dia, esse fenómeno teria somente duas designações: excesso de confiança ou falta de acção psicológica. E, provavelmente, foi esse excesso de confiança que permitiu que o União Micaelense estivesse a ganhar por 4-0 ao intervalo. E foi desse modo que o Sport Praiense, sentado no peão do estádio, fosse campeão açoriano.
No fim do jogo, todos os jogadores recolheram a suas casas num sinal de vergonha e de muita tristeza.

Mas melhor do que nós, vamos transcrever o que o boletim do Fayal Sport publicou na sua edição de 1 de Junho de 1968 e da autoria do seu Director Sr. Jaime Baptista Peixoto:
“Mais uma vez perdemos na “nossa casa. Mais uma vez o vencedor foi uma equipa terceirense. Podemos afirmar que o Campeão Açoriano foi o melhor conjunto do torneio? Evidentemente que não. Primeiro porque de dois encontros poucas conclusões se podem tirar. Depois porque o Fayal se lhe superiorizou no primeiro jogo e ainda porque a equipa micaelense foi a que apresentou o melhor futebol praticado, ainda que só no último encontro. Acreditamos que o conjunto do União Micaelense não vale tão pouco como mostrou no primeiro desafio, nem tanto como o verificado no último. Um meio termo, talvez seja o julgamento mais justo.
União Micaelense e Fayal Sport Club foram duas equipas incaracterísticas e muito irregulares. Foram do inferior ao óptimo. Já o Sport Praiense, sem grandes elevações mas também sem descer ao medíocre, foi o que mostrou maior regularidade. E é aqui que podemos basear a sua vitória final: na regularidade.

Não conhecemos os problemas que podem afectar o futebol das outras ilhas. Os nossos conhecemo-los bem. O maior de todos será este êxodo assustador de desportistas que todos os anos saem da nossa terra. Não vamos agora referir nomes. Basta dizer que a equipa já débil que iniciou este torneio, se viu ainda mais enfraquecida com as saídas inesperadas de Manuel Maria e José Macedo, aquele por exigência do serviço militar, este por lesão contraída no primeiro encontro. Num quadro onde dificilmente se arranjam os onze elementos necessários, a falta de um pode agravar bastante o seu rendimento. Foi o que se verificou.

Sabemos que o nosso futebol não anda bom. Dum modo geral. Isto, no entanto, não será motivo para desanimar e deixar cair os braços. Antes pelo contrário. Há que lutar e bem. Temos elementos valorosos. Há que descobrir outros e, sobretudo, mantê-los. Dum modo particular os futebolistas verdes continuam a merecer a nossa estima e confiança, assim como o seu dedicado e competente treinador. Vamos continuar a lutar sem desfalecimento, e os resultados, mais cedo ou mais tarde, acabarão por premiar o nosso esforço”.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 13 de Agosto 2018

terça-feira, agosto 07, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - Fayal e Lusitânia na disputa da Taça "Gaspar Neves"


Em 1.º plano, da esquerda para a direita: Armando Sousa, Abílio Baptista, João Ângelo, Carlos Machado, Manuel Maria e Necas Madruga.
De pé, pela mesma ordem: Costa Pereira, Manuel Cristo, Alfredo Simão,
João Ribeiro, Manuel Raposo, Gaspar Neves, João Luís e Durval Melo.


Na primeira edição do Jornal do Fayal Sport Club, de 2 de Julho de 1966, era feita a reportagem do jogo realizado entre o clube da Alagoa e o Sport Clube Lusitânia, homenageando desta forma o seu jogador e treinador Gaspar Adelino Torres Castro Neves.
Essa homenagem que teve como disputa a taça com o seu nome, foi realizada no Estádio da Alagoa cujo resultado, no primeiro encontro, foi favorável aos “Verdes da Alagoa” por 1-0. A jogada do golo, é-nos descrito desta forma:
“Gaspar Neves libertou-se dum adversário e lançou Madruga pelo flanco esquerdo. Este, mais rápido que Dionísio conseguiu isolar-se. Georgino saiu ao seu encontro, mas MADRUGA rematou pelo lado esquerdo, fora do alcance do guarda-redes lusitanista”.
Para recordar esse jogo, a seguir se transcreve, com a devida vénia, a descrição da actuação dos jogadores do Fayal Sport descrita por José Pacheco de Almeida:

“DURVAL MELO – Corajoso. Seguro, apesar da sua pequena estatura cumpriu muito bem.
JOÃO RIBEIRO - Defrontando um adversário de grande técnica teve imensas dificuldades, sendo batido em muitos lances. Bateu-se com energia, e a sua actuação melhorou com o decorrer do tempo.
MANUEL CRISTO – Grande actuação. Excelente no jogo de cabeça, no qual é imbatível, seguro nos cortes, calmo nas entregas. De reprovar uma atitude para com o Airosa, já que fica a ensombrar o seu magnífico trabalho.
JOÃO LUÍS – Magnifico a defender. Tem como que um sexto sentido que lhe indica o momento exacto do corte. Pouco preciso nas entregas, único pormenor menos bom do seu trabalho.
ALFREDO SIMÃO – Bom trabalho. Valente, lutou sempre, tendo tido iniciativas agradáveis de ataque.
MANUEL RAPOSO – Extraordinário o seu espírito de luta. É um jogador que dá todo o seu esforço à equipa. Tentou com êxito alguns lançamentos compridos para os extremos.
MANUEL MARIA – Excelente actuação. Incansável, corre o campo todo, desbaratando energias, pois não se poupa a esforços. Pedra influente no meio campo. Quebrou perto do fim quando a equipa toda se ressentiu dos esforços feitos nos diversos jogos da semana.
ARMANDO SOUSA – Boa actuação. Aliou à sua extraordinária corrida um espírito de luta que não lhe é habitual. Teve algumas corridas impressionantes pelo seu sector.
GASPAR NEVES – Jogando lesionado, esforçou-se até ao esgotamento. Teve jogadas que só a sua técnica permitiu executar. Bons lançamentos aos extremos.
JOÃO ÂNGELO – No pouco tempo que esteve em campo, foi infeliz nos passes. Jogador calmo e de boa técnica, tentou orientar a sua equipa, mas não o conseguiu.
CARLOS MACHADO – Entrando a substituir João Ângelo, revelou-se batalhador incansável. Ajudou os homens do meio campo. Apareceu pouco na área da verdade.
NECAS MADRUGA – Muito rápido e corajoso, marcou um golo magnífico e teve algumas fugas espectaculares. Jogando ainda mal refeito duma lesão, lutou sempre com energia. Boa actuação.
ABÍLIO BAPTISTA – Jogou alguns minutos no lugar de Armando Sousa que se lesionou. Habilidoso, falta-lhe força para entrar na área”.

Numa notícia aparte, o mesmo boletim escrevia o seguinte:
“Do bom entendimento havido entre o Lusitânia, Campeão Açoriano e o Fayal, Campeão Distrital, nasceu a ideia duma homenagem, aliás justa, ao futebolista Gaspar Neves. Agora munido do diploma de Curso de Treinadores, tirado no ano de 1964.
Gaspar Neves já prestou valiosa contribuição a estes dois conjuntos açorianos, onde a sua classe ficou bem vincada.
Agora ligado ao Fayal Sport Club, Gaspar Neves tem contribuído com entusiasmo, dignidade profissional e classe para conduzir a sua equipa às mais saborosas vitórias.
Esta homenagem e a Taça que tem o seu nome ficam a perpetuar o nome de um Atleta dos mais completos que têm pisado campos açorianos”.
Na segunda mão realizada em Angra do Heroísmo, o Lusitânia venceu o Fayal Sport Club por 3-1.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 06 de Agosto 2018