1.º plano: Augusto Terra e Carlos Adelino. 2.º plano: Franklin Dutra, Luís Morisson e Manuel Garcia Goulart. 3.º plano: Manuel Medeiros, Florêncio Terra Jr., João Rodrigues da Silveira, Thiers de Lemos, João Bernardo e Augusto Lemos.
Já quando o Fayal Sport Club fez “Bodas de Prata”, o senhor Luís Morisson o cognominava de “o Velhinho”.
Talvez para ele, esses primeiros vinte e cinco anos tenham sido uma eternidade, um misto de persistência para continuar um clube desportivo no primeiro quartel deste século e de expectativa perene o extraordinário avanço da ciência em todos os aspectos, embora quiçá ainda longe do último estádio de que fala o jesuíta Teilhard de Chardin.
Dos inesquecíveis obreiros deste Fayal que passadas mancheias de anos continua a honrar-se de ser o decano dos clubes desportivos açóricos e de ocupar lugar cimeiro entre os maiores, outros poderia lembrar, por quase todos ter conhecido.
Ficarei, porém, pelo senhor Thiers Lemos que com a sua esposa, a cativante Dona Maria, passava os domingos de futebol na bancada alta do antigo campo da Doca, onde, no intervalo dos jogos da manhã e o de tarde, comiam sua merenda; e o senhor Carlos Ramos que o Fayal fez particular amigo de meu pai e como os outros era pai de meus amigos, salientando, entre todos eles, o Eduardo que a morte levou na pujança da vida, guarda-redes dos infantis brancos em cuja equipa me estreei nas lides futebolísticas como avançado, por sinal em dia aniversariante, por meados da década de trinta.
Naturalmente para os outros dois fundadores, de quem guardo como do primeiro indelével recordação, o Fayal era também “o Velhinho”, merecedor por isso de atenção especial.
Mas essa cognominação, sempre orgulhosamente pronunciada, terá caído no esquecimento à medida que foi desaparecendo do saudoso dos mais novos essa plêiade de gente, ao tempo, igualmente jovem que, porventura iluminada pela Senhora das Candeias, se reuniu algures neste burgo hortense, há setenta e cinco anos, para dar vida ao Fayal – “O Velhinho”!
Horta, Fev.º/84.
Armando Amaral” (Sócio mais antigo do FSC)
Nota - Texto publicado em edição especial do boletim do Fayal Sport Club, de 2 de Fevereiro de 1984, assinalando as “Bodas de Diamante” da sua fundação. Era Presidente da Assembleia-Geral José Bettencourt Brum, Presidente da Direcção Tomás Manuel Rocha e do Conselho Fiscal André Rodrigues Porto.
Nota do autor: O Sr. Armando de Freitas Amaral, para além de ter pertencido à “Equipa Maravilha” de 1938/39, foi autor dos livros “Recordando – a Bola, os Outros e Eu”, do Álbum Comemorativo dos 75 anos do FSC (coordenado com o Sr. José Bettencourt Brum, Presidente da Assembleia-Geral); “Aguenta Verdos” (lançado em 2009 nas celebrações do centenário) todos ligados à história do “Velhinho”, tendo nascido a 23 de Outubro de 1920 na Praia do Almoxarife.
Participou ainda em outras actividades sociais e recreativas, escreveu os livros “Volta Latina”, “Na Terra dos Dólares”, “Cidades por baleias irmanadas”, “Infância e Juventude dum avô” e “Maria João – Mulher de Fé”.
Fez o ensino primário nas Escolas dos Cedros (Praça) e Matriz e o Liceal na Horta (2.º Ciclo) e em Angra do Heroísmo (3.º Ciclo).
Foi funcionário do Banco de Portugal, nas Agências de Angra do Heroísmo e da Horta.
Fez parte dos Corpos Gerentes em sociedades faialenses, tendo sido Secretário-Geral da Associação de Futebol da Horta e Vice-Presidente da Assembleia-Geral nas comemorações das “Bodas de Diamante” do Fayal Sport Club, em cujo Clube praticou várias modalidades, em especial, futebol e basquetebol.
Foi Vereador da Câmara Municipal da Horta e representante deste Município na Comissão de Turismo do Distrito Autónomo da Horta.
No CDS/PP-Açores, foi Presidente da Comissão Política do Faial e da Assembleia da Ilha Terceira e Membro do Conselho e das Comissões Política e Executiva Regionais.
Foi Mordomo da Confraria do Santíssimo Sacramento da Matriz da Horta; Membro da Congénere de Angra do Heroísmo e Ministro Extraordinário da Comunhão.
Dirigiu, como Adjunto, o “Correio da Horta”, tendo já colaborado noutros jornais e é colunista assíduo no “Tribuna das Ilhas”.
Foi sócio do Núcleo Cultural da Horta e do Instituto de Cultura.
Actualmente reside em Angra do Heroísmo.
J. Luís
Publicado no Incentivo a 04 de Março 2019
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