terça-feira, novembro 27, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - Os nossos atletas (6 de 9)


Em 1.º plano da esquerda para a direita: Paulo Romeiro, Fernando Faria,
Carlos Machado, João Ribeiro, Manuel Bulcão e Mário Barbosa.
De pé, pela mesma ordem: Os irmãos Manuel e João Almeida,
João Luís, Manuel Silveira, António Marques, Manuel Lima (Pirolito),
João Quadros, Manuel Cristo e Costa Pereira.

Envergou pela primeira vez a camisola do Fayal Sport Club quando tinha somente 10 anos de idade, tendo como treinador o Sr. Fernando Morisson, na altura jogador de seniores e campeão açoriano em 1959 pelo FSC.
Depois de passar pelas outras categorias, o Carlos Machado integrou a equipa de seniores, onde desempenhou, e bem, as três das quatro posições que são consideradas os pilares de qualquer equipa de futebol: avançado centro, defesa central e a guarda-redes. Só a posição de médio-centro é que não ocupou. Por isso, na história do decano dos clubes açorianos, ele deve ter sido um dos poucos jogadores que ocupou estas estratégicas posições dentro das quatro linhas.

Para além do futebol, Carlos Machado representou o Fayal Sport Club nas modalidades de andebol e basquetebol. No período em que cumpriu o serviço militar, em Angra do Heroísmo, jogou basquetebol no Sport Club Angrense e em 1973, fez parte da equipa sénior do Fayal Sport que se deslocou ao Estado de Massachussets, Estados Unidos.
Na continuação das nossas transcrições que o Jornal do Fayal Sport foi divulgando durante vários números, a seguir reproduzimos o texto que foi escrito referente a Carlos Alberto da Silva Machado e que foi publicado no N.º 55 de 2 de Janeiro de 1971:

Texto transcrito na íntegra por J. Luís

 “Carlos Machado um atleta discutido!
                                                 
Desportistas há que se impõem de imediato no conceito dos amantes do desporto. Outros, têm de trilhar um caminho semeado de dificuldades e de incompreensões, ganhando, mercê de “teimosia”, um lugar ao sol no nosso meio desportivo.
Carlos Machado é um atleta discutido, que ainda se não realizou completamente.
Dotado de invulgar capacidade atlética, pratica igual rendimento, futebol, basquetebol e andebol.
Dado que o futebol é entre nós o Desporto-Rei, é em relação a ele que vamos alongar um pouco a nossa análise deste valoroso futebolista.

Sempre que pensamos em MACHADO como futebolista, sentimos existir em nós uma ligeira dúvida sobre qual o lugar onde se poderia tirar maior rendimento das suas invulgares qualidade de “lutador” e da sua envergadura física.
Como “ponta de lança”, jogando na área adversária, tem feito bons jogos, aliando a uma coragem enorme, rasgos de inteligência que abrem clareiras de defensiva contrária. Para ser um bom avançado necessita de estar em condição física óptima e de cuidar um pouco mais da execução dos lances, que por vezes se perdem por deficiente domínio do esférico.

Joga com igual rendimento como extremo recuado, sendo que aqui a sua capacidade atlética se impõe em vastas zonas do relvado.
Tem sido também, sempre que a equipa disso tem necessitado, defesa central, e a verdade é que o seu bom jogo de cabeça e a “raça” e apego à camisola que põe na luta, fazem dele um jogador extremamente útil nesse posto.
É como guarda-redes, no entanto, que Carlos Machado pode, em nosso entender, ser mais útil à equipa. Não só porque o clube não tem neste momento outro jogador capaz de dar inteira confiança à equipa, mas sobretudo porque MACHADO possui todas as qualidades para triunfar em tão difícil posição.

Alto, dotado de bom poder de elevação e de mãos firmes. Atingiu o brilhantismo nalguns jogos em que na época passada defendeu as cores verdes como guarda-redes.
Das suas actuações, ficou a saudade de o voltarmos a ver, camisola negra colado ao corpo, entre os postes as cores do nosso glorioso. Não sabemos de quem entre nós o possa fazer melhor.
Sendo um temperamental, Machado é um jogador que precisa de acreditar em si próprio e de que acreditem e confiem nele. Muito jovem tem muito ainda para dar ao serviço do seu clube de sempre”.

Rectificações: No escrito N.º 23 e com o título “O 1.º curso da treinadores no Faial (1968)” na legenda da foto onde se lê “João Bettencourt Melo (FSC)” deve ler-se “Raúl Lima (SCH)”.
Novamente no escrito N.º 28 e respeitante a “José Silveira (Cácá)” onde se lê “O seu primeiro treinador, na recuada época de 1956, foi o Sr. Artur Cardoso Ferreira”, deve ler-se “O seu primeiro treinador, na recuada época de 1956, foi o Sr. Manuel Garcia Vasques”, também na altura jogador e campeão açoriano em 1959, pelo FSC.
Por estas duas “gaffes”, principalmente aos amigos envolvidos, apresentamos as nossas sinceras desculpas.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 26 de Novembro 2018

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