terça-feira, novembro 06, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - Os nossos atletas (3 de 9)


Em primeiro plano da esquerda para a direita: Fernando Faria, Gaspar Neves,
João Ângelo, Victor Pinheiro e Antero Gonçalves.
De pé, pela mesma ordem: Mário Valente (treinador), José Machado,
Manuel Rodrigues Moniz, desportivamente conhecido por “Manuel Raposo” e um dos campeões açorianos em 1959. O seu funeral realizou-se no dia 27 de Outubro e segundo fomos informados, o seu caixão não foi coberto com a bandeira do FSC. A toda a família enlutada, enviamos as nossas sentidas condolências). Seguem-se Fernando Morisson, Norberto Dutra, Manuel Gaspar, João Luís, Manuel Vasques, José Silveira (Cácá)
e Francisco Machado (Director)

Era com muita vontade que para dar uns pontapés na bola, nos dias de treino, o José Silveira fizesse muitas vezes o percurso Flamengos/Conceição, a pé.
Fomos testemunhas de que o José Silveira não faltava a nenhum treino, quer enquanto passou pela categoria de juniores, como, depois, quando ingressou na categoria de seniores.
O seu primeiro treinador, na recuada época de 1956, foi o Sr. Artur Cardoso Ferreira, ex-jogador do FSC e que tinha a seu cargo as camadas mais jovens.
Os treinos de noite eram efectuados com uns pequenos projectores que davam somente luz em frente à bancada, mas mesmo assim, sem as melhores condições, de qualquer ordem, o José Silveira estava sempre presente para fazer o que, nessa época, a maioria dos jovens gostavam de fazer: jogar à bola.
Mas continuando a transcrever o que o Jornal do Fayal Sport publicou sobre alguns dos jogadores, o número 47 de 4 de Maio de 1970, divulgava numa da suas páginas o texto seguinte, referente a José Silveira da Rosa, jogador que num dos primeiros trabalhos desta série desportiva, foi citado.

Texto transcrito na íntegra por J. Luís

“José Silveira
(Cácá)

Foi a 17 de Outubro de 1943, na freguesia dos Flamengos, que nasceu aquele que mais tarde o futebol popularizou como o “Cácá”. Vão decorridos, pois, 26 anos.
Desde muito cedo José Silveira da Rosa sentiu inclinação para o desporto, e o futebol, como não podia deixar de ser, passou a fazer parte integrante das suas diversões de criança. Por isso não admira que em 25 de Outubro de 1956, com 13 anos apenas, se inscrevesse no Fayal Sport, clube da sua predilecção. Em 21 de Novembro de 1956, fazia a sua primeira inscrição associativa na categoria das Escolas de Jogadores, para cerca de um mês depois, a 30 de Dezembro, fazer o seu 1.º jogo oficial.
Esteve nas Escolas e nos Juniores até à época de 1960/61, com a particularidade de na última época em que alinhou na equipa de Juniores (formando equipa com Madruga, J. Luís, M. Barbosa e Faria, entre outros) ter alinhado a… guarda-redes. E o Silveira, terror dos guardiões contrários, passou assim de carrasco a mártir….

Em fins de 1964 dava novo rumo à sua vida. O futebol continental, sonho de quem tem qualidades, foi tentativa e o Belenenses a sua meta onde se fixou como reservista. Devido a lesões não conseguiu ascender a plano de maior relevo.
Representou o Famalicão, Estrela F.C. e o Sp. Espinho. Não foi feliz o “Cácá”. As lesões não o deixaram e por fim o serviço militar pôs ponto final à sua carreira de futebolista na Metrópole. Isto porque numa acção militar no Ultramar ficou ferido numa perna. Esteve em tratamento e para tal voltou a Lisboa. Depois regressou aos Açores e é esta a sua primeira época ao serviço do “Velhinho” após cerca de seis anos de ausência.

Regressou cheio de ambições e foi aguardado com expectativa e esperança pelos adeptos do Fayal. E o José Silveira tudo tem tentado para corresponder. Dedicado aos treinos e brioso nos jogos. Mas porque conhecemos o seu real valor cremos que ele não atingiu o seu máximo. Aguardemos que recupere, acima de tudo psicologicamente das lesões sofridas. A correcção, o toque de bola evoluído, a habilidade natural, a experiência futebolística e o remate fácil e colocado exprimem e são o maior testemunho do excelente atleta que é o José Silveira e que para as modestas possibilidades do meio, sem condições materiais ou financeiras, já querem dizer muita coisa. Mais que não seja, definem o próprio atleta”.
Para além do futebol o José Silveira da Rosa praticou atletismo, tendo participado nos jogos desportivos do trabalho em 1962. Foi Campeão de Juniores em 1958/59. Participou no Torneio de Classificação em 1962/63 e foi Campeão de Seniores nas épocas de 1963/64 e 69/70.

J. Luís

Publicado no Incentivo a 05 de Novembro 2018

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