terça-feira, novembro 13, 2018

"Os Verdes da Alagoa" - Os nossos atletas (4 de 9)


Em 1.º plano da esq. para a direita: Armando Sousa, Gaspar Neves (jogador/treinador), 
Fernando Faria, Mário Macedo e Necas Madruga.
De pé, pela mesma forma: José Almeida, João Ângelo, Alfredo Simão,
Manuel Raposo, Manuel Cristo e João Luís.

No ano de 1959, tinha ele 15 anos e estava o FSC a festejar 50 anos de existência, quando envergou pela primeira vez a camisola dos “Verdes da Alagoa”. Essa equipa era treinada por Manuel Vasques que, fazendo parte da equipa sénior, foi campeão açoriano nesse mesmo ano, tendo emigrado para os Estados Unidos em 1961.
Na sua juventude praticou todos os desportos que por cá existiam – futebol, atletismo, basquetebol, andebol, ténis de mesa, voleibol…, excepto hóquei em patins.
Manteve-se, porém, ligado ao seu clube de sempre. Foi durante dois anos (1978-1980) membro da Direcção e foi nesse mandato que começou a utilização da nova Sede-Ginásio (hoje a precisar de profundas e dispendiosas recuperações) e foi também em 1979 que teve o privilégio de voltar com uma equipa de futebol aos Estados Unidos. Agora, ao contrário do jovem jogador da Selecção de 1965, era como Presidente da Direcção (1978/1979) e dirigente da equipa sénior do FSC que ia a terras da Califórnia, onde lhes proporcionaram um acolhimento notável, ao qual todos souberam corresponder.

 Nos anos 80 e 90 do século XX foi, durante alguns anos, Presidente da Mesa da Assembleia-Geral do FSC, de que é Sócio de Mérito desde 1984.
Seguindo o mesmo trajecto de transcrições, a seguir reproduzimos o que foi escrito no Jornal do Fayal Sport Club no número 48 de 6 de Junho de 1970, referente a Fernando Manuel Faria Ribeiro:

Texto transcrito na íntegra por J. Luís

“Fernando Faria
Uma legenda do Desporto Açoriano

Admiramos Faria e o que ele representa como símbolo de desportista exemplar.
Futebolista de craveira invulgar do Desporto Açoriano, não receamos classificá-lo como um dos mais perfeitos executantes que pisaram os nossos relvados.
Dotado de apurada técnica, ágil, felino, duma rapidez impressionante, possuidor dum dribling curto, que frequentemente prende os adversários ao solo, é ainda um estratega excepcional, metendo com preciosidade a bola à frente dos seus avançados.
Temos ainda na retina algumas imagens bem nítidas do primeiro jogo que vimos realizar a Fernando Faria, numa altura em que, depois de passar algum tempo em S. Miguel, se estreava na primeira categoria do Fayal, tendo nessa data 16 anos.
Pequeno, franzino, cedo impressionou pela determinação com que se batia pondo em cada jogada a inteligência e a habilidade nata, ao serviço do futebol. Marcou salvo erro dois golos e logo se afirmou como um “pequeno” grande jogador.
Depois, com o rolar dos anos, veio a confirmação do muito que prometera.
Quantas alegrias, quantas vitórias lhe deve o Fayal Sport Club!

As suas arrancadas impressionantes de velocidade, terminavam normalmente com remates mortais ou centros medidos a esquadro, semeando o pânico nos adversários. Tão grande jogador, tanta fibra, num corpo aparentemente frágil que suportou tanta pancada sem uma reacção de desagravo. Capitão da equipa vezes sem conta, ele é bem o símbolo de quanto pesa a gloriosa camisola verde. Antes de terminar. Algumas palavras para o seu ecletismo.
Tal como no futebol, Faria atingiu craveira invulgar no Basquetebol, Andebol e Futebol de Salão. Nesta modalidade tem dado colaboração como atleta e treinador. Aqui, como no futebol, uma legenda do Nosso Desporto.
É no Atletismo, entretanto, que atinge uma posição particularmente brilhante e julgamos que no Continente, com conveniente preparação, muito teria feito nas provas de velocidade.

Foi ainda exímio praticante de ping-pong, tendo ganho uma medalha de prata nas provas organizadas pelo F.S.C..
No Atletismo, pertencem-lhe os records:
100 metros: 11s 4/10; 200 metros: 23s 3/10; Salto em comprimento: 6,19 metros;
Em 1962, representando o Centro de Recreio Popular da Conceição nos Jogos Desportivos do Trabalho, na cidade de Lisboa, obteve o 2.º lugar na prova de estafeta 4x100, fazendo equipa com Armando Sousa, Antero Gonçalves e Honorato Furtado. Em 1966, na cidade do Porto, na disputa da mesma prova, conquistou novamente o 2.º lugar na estafeta de 4x100 que desta vez foi composta por Armando Sousa, Necas Madruga e João Castro.
Títulos conquistados: Campeão de Juniores em 1958/59. Campeão de Seniores em 1963/64, 64/65, 67/68 e 69/70.
Participou em 3 Torneios Açorianos à Taça de Portugal e a 1 torneio à Taça dos Campeões Açorianos.
Em 1966 e 1967, integrado nas equipas da Universidade de Coimbra, participou nos Jogos Desportivos Universitários realizados respectivamente, em Setúbal e em Coimbra”

J. Luís

Publicado no Incentivo a 12 de Novembro 2018

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